Com o início da janela partidária a
partir de amanhã, o quadro político no Ceará deve se alterar, aumentando o
número de parlamentares no PDT e reduzindo o do Pros. Siglas como PT e PSDB
também esperam mudanças.
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Presidente do PDT no Ceará, André Figueiredo espera chegadade 12 deputados estaduais e de três federais na sigla |
A partir de amanhã, está aberta, durante 30 dias, a
temporada de troca de partidos sem que o parlamentar corra risco de perder o
mandato. No Ceará, o impacto da chamada “janela partidária” deve se
refletir na configuração das legendas, principalmente PDT e Pros.
De acordo com o presidente estadual do PDT, André
Figueiredo, a expectativa é de que 12 deputados estaduais se transfiram para a
sigla. Entre eles, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho
Albuquerque, hoje no Pros. Figueiredo também espera que pelo menos três
deputados federais se filiem ao PDT.
“Assim como já foi feito com vários prefeitos, a
expectativa é de mais adesão. Mas os números estão incertos”, avalia o
pedetista, que aguarda filiados em Fortaleza.
O crescimento do PDT pode representar perda direta
de quadros no Pros, sobretudo depois do movimento do grupo dos Ferreira Gomes,
que migrou para a legenda trabalhista. Desde que os ex-governadores Cid e Ciro
Gomes deixaram o partido, no ano passado, a sigla foi se desidratando
paulatinamente.
Presidente do Pros no Ceará, Leandro Vasques afirma
que a agremiação vai tentar manter os seus quadros. “Estou formalizando um
convite a todos os parlamentares com mandato com reforço para que permaneçam na
agremiação”, informa.
Vasques pondera, entretanto, que a flutuação de
políticos entre partidos é natural. Segundo ele, o Pros também terá adesões de
parlamentares. É o caso do deputado federal Odorico Monteiro, que negocia
assumir papel de destaque no partido. Monteiro desconversa: “Nada está
definido”.
Para o vereador Carlos Dutra (Pros), a mudança de
legenda depende de quem irá para o Pros. “Preciso saber quem vem para saber se
fico ou não”, afirma. Apesar de saber que alguns colegas ansiavam pela abertura
da janela, ele diz que não haverá mudanças radicais na Câmara Municipal.
“Acredito que menos de dez devem mudar.”
A vereadora Toinha Rocha (Psol) é uma das que
cogitam deixar a atual sigla. Ela tem conversado com a Rede Sustentabilidade,
sigla criada no ano passado e com pouca força no Ceará.
Do PT ao PSDB
Presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz
avalia que o impacto da janela no partido será principalmente nacional. “O PT
está de braços abertos”, destaca Diniz, que também espera novos nomes nas
fileiras petistas.
O PSDB está animado com a chegada da janela
partidária. Segundo o presidente estadual da sigla, Luiz Pontes, a procura pelo
partido tem aumentado.
“Mas não vamos aceitar qualquer um. Essa questão de
legenda de aluguel não existe mais no PSDB. Esses que vêm hoje e se vão amanhã
não nos interessam”, afirma.
Pontes destaca ainda que nomes como os dos deputados
estaduais Capitão Wagner (PR) e Heitor Férrer (PSB) e o do deputado federal
Vitor Valim (PMDB) são bem-vindos.
Quanto ao PSB, que recentemente ganhou reforço do
deputado Danilo Forte, a expectativa é de crescimento. “Tem um universo de
lideranças e vereadores nos procurando”, garante Forte.
Saiba mais
Janela partidária é um dos resultados da reforma
política do ano passado. Até 2007, políticos eram livres para mudar de legenda
quantas vezes quisessem. Naquele ano, no entanto, o TSE decidiu que
parlamentares só poderiam sair dos partidos caso comprovassem perseguição
dentro da agremiação. Eles também tinham permissão para mudar para siglas
recém-criadas. A punição para parlamentares que desobedecessem a regra de
fidelidade partidária poderia ser de perda de mandato, que ficaria retido pelo
partido. Mas, durante os próximos 30 dias, não haverá sanções. A restrição da
Justiça Eleitoral não vale para cargos majoritários, como senadores e do Poder
Executivo.
(O POVO ONLINE)