Nordeste tem alta de casos da doença e de abandono de bebês![]() |
Bebê com microcefalia em comparação com um sem a doença (Foto: Wikimedia) |
Diante da alta de registros de nascimentos de bebês
com microcefalia, principalmente, em Pernambuco, muitas famílias começaram a
abandonar seus filhos. Desde outubro, houve 209 registros de microcefalia no
estado. O número de bebês abandonados ainda não foi dimensionado.
“Muitas
dessas mães são carentes, jovens e têm outros filhos para cuidar. O bebê com
microcefalia surge como uma barreira. Algumas temem ser abandonadas pelos
companheiros, como outras já foram. Estamos falando de pessoas que estão
fragilizadas e por isso precisam de apoio e orientação”, explica o psicólogo
Valter Dutra.
Segundo Vanessa Van Der Linden Mota, neuropediatra e
uma das primeiras profissionais de saúde a identificar a epidemia de
microcefalia no estado, é preciso dar atenção a pacientes e aos seus
familiares. “As mães precisam ser informadas para terem segurança de que
seus filhos precisam de cuidados e amor e terão apoio para isso. Esse trabalho
precisa chegar aos pais, irmãos, avós. A família toda precisa estar amparada
por uma rede sólida de atenção profissional.”
Enquanto isso, um grupo de pais com filhos com
microcefalia ajuda famílias de baixa renda para que elas não abandonem essas
crianças. A Maternidade Dona Evangelina Rosa, localizada na região
sul da cidade de Teresina, no Piauí, atende gestantes carentes. O grupo entra
em contato com as famílias atendidas no hospital e oferece apoio e orientação
para que os bebês sejam criados de forma adequada. O Piauí tem 40 casos de
microcefalia já confirmados.