Uma programação especial relembra, hoje, os dois
anos da tragédia ocorrida no Km 303 da BR020, em Canindé, a 120 quilômetros de
Fortaleza. Em 18 de maio de 2014 o motorista de um ônibus da Viação Princesa
dos Inhamuns, com 40 pessoas a bordo além dele, perdeu o controle do veículo em
uma curva. O tombo do coletivo resultou em 18 pessoas mortas, sendo 16 ainda no
local, e outras 18 feridas.
De acordo com o presidente da Associação de Vítimas
da Princesa dos Inhamuns (Avipi), Daniel Moura, a programação conta com
celebrações religiosas ao longo do dia em Canindé e em Boa Viagem, cidade de
onde o ônibus havia saído na manhã daquele domingo. Hoje, no local do acidente,
às 8h30, famílias estarão reunidas, prestando homenagens. Às 9h, está marcada
missa na Basílica de São Francisco em Canindé. Já às 19h, haverá cerimônia em
Boa Viagem.
Acordos
Segundo o advogado que representa a Avipi,
Albérico Ribeiro, os acordos feitos entre a Viação e os familiares das vítimas
foram cumpridos.
“A parte social, que era a sinalização da BR no
local do acidente, foi cumprida. A segunda, a indenização às famílias, também
foi paga, com a presença de uma seguradora francesa. A terceira exigência, que
é um memorial para as vítimas, está sendo tratada. As famílias querem que seja
erguido um monumento no local do acidente e a empresa está discutindo com os
órgãos responsáveis para viabilizar”.
Em contato por telefone, a assessoria de imprensa da
Viação enfatizou, ainda, que desde o acidente vem promovendo ações junto aos
motoristas e à comunidade, para evitar novos desastres. Treinamentos constantes
e até a contratação de laçadores para retirada de animais nas estradas foram
citados.
Em relação aos trâmites judiciais que apuram as
responsabilidades no acidente, o advogado Albérico Ribeiro relata que aguarda a
marcação da audiência de instrução. “A denúncia, por crime de trânsito de
natureza culposa, foi apresentada pelo Ministério Público já tem mais de 10
meses. Estamos aguardando o juiz. Discordamos da classificação do crime, que
acreditamos ter sido doloso”, indicou.
Seguindo em frente
Já passaram dois anos desde que o filho de Francisca
Nascimento da Silva saiu para trabalhar em Boa Viagem e não retornou para casa.
De lá para cá, a mulher tenta seguir a vida em frente. “Ainda não consegui
achar um sentido. Estou tentando arrumar meu rumo, mas não é fácil”, disse ela.
O quarto do filho, que há um ano ainda estava do
mesmo jeito que ele havia deixado antes de viajar, aos poucos, vai sendo
desmontado. “Tirei umas coisas para doação depois que tive um sonho com ele, me
pedindo a bênção”, revela.
Com informações do Diário do Nordeste