O deputado estadual do
Ceará Capitão Wagner protocolou nesta terça-feira (23) o pedido de impeachment
do governador do Estado, Camilo Santana, com base na delação da JBS que apontou
que o ex-governador Cid Gomes recebeu R$ 20 milhões em propina, por meio dos
atuais secretários Arialdo Pinho e Antônio Balhmann para financiar a campanha
do então candidato Camilo.
"Está tipificado no
artigo 9º da Lei de Responsabilidade diz que, se o gestor do Estado tem
conhecimento de que algum secretário tem uma denúncia, ele tem que
responsabilizá-los. E aqui não há o pedido para demiti-los, mas pelo menos que
se investigue através de sindicância ou qualquer processo administrativo",
justifica o deputado Capitão Wagner.
Para o governador Camilo
Santana, o pedido feito pelo deputado é uma ação de "oportunismo".
"Essa ação tem o objetivo claro de se aproveitar do momento instável
vivido pelo país para tentar tirar vantagem política. Isso é oportunismo puro,
e não vou entrar nesse jogo", disse o governador.
Em entrevista nesta
segunda-feira (22), Cid Gomes negou os crimes apontados pelos irmãos Batista,
da JBS. Os secretários de Estado citados também negaram envolvimento.
Delação da JBS
Na deleção, o empresário
detalha como foi feita a negociação com o então governador Cid Gomes. "Nós
tínhamos R$ 110 milhões acumulados que o Governo do Estado não pagava. O
governador Cid Gomes esteve no nosso escritório, comigo e com o Joesley, falou
com a gente e pediu uma doação em São Paulo. Nós perguntamos quanto ele
esperava de doação. Ele disse que esperava R$ 20 milhões. Eu disse 'governador,
impossível eu contribuir com R$ 20 milhões enquanto o Estado me deve R$ 110
milhões e não me paga'. Ele não falou nada e saiu, falou 'tá bom, deixa eu ver
o que posso fazer sobre esse assunto'."
Ainda conforme o delator,
duas semanas depois o secretário Arialdo Pinho e o então deputado Antônio
Balhmann procuraram os irmãos Batista, em nome de Cid Gomes, para cobrar a
doação de R$ 20 milhões, ameaçando não pagar os R$ 110 milhões que o estado
supostamente devia ao grupo empresarial.
A informação é do do G1 Ceará