O
ex-ministro Ciro Gomes (PDT) saiu, na noite de ontem (3), em defesa do irmão, o
ex-governador Cid Gomes (PDT), em bate-papo realizado através do Facebook, e
endossou o discurso de que os R$ 10,2 milhões injetados pela JBS na campanha de
2014 no Ceará consistem em doação legal registrada no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
“Eu boto a mão no fogo
por ele [Cid] de olhos fechados”, afirmou Ciro. Em delação premiada, o
empresário Wesley Batista, dono da JBS, afirmou que Cid o procurou
pessoalmente, em 2014, para pedir R$ 20 milhões para a campanha daquele ano. Em
troca, o então governador liberaria o pagamento integral de créditos da JBS
junto ao Governo do Estado. A JBS recebeu R$ 111,6 milhões entre junho e outubro de
2014.
Na pressa em
defender o irmão, o ex-ministro insinuou que a doação milionária da
JBS para a campanha no Ceará não, necessariamente, foi feita com interesses
escusos, a empresa poderia estar doando apenas com a intenção de eleger um
candidato que apoiasse a política de incentivo fiscal, da qual a própria JBS é
beneficiária no Estado.
Porém, minutos depois,
o próprio ex-ministro afirma que o benefício que gerou o pagamento de R$ 111,6
milhões à JBS é anterior à gestão de Cid e garantido por lei aprovada em 1995.
Nem Ciro, nem o próprio Cid conseguiram explicar o motivo da JBS injetar R$
10,2 milhões nas eleições cearenses.
Wesley confirma propina
Ainda segundo o
empresário, dos R$ 20 milhões, R$ 10,2 milhões foram
repassados dissimulados através de doação oficial e o restante, R$ 9,8
milhões, através de notas frias geradas por empresas ligadas ao grupo político
do Ferreira Gomes. Wesley garante que os citados sabiam que o dinheiro se
tratava de propina.